22 de outubro de 2009

InterDito "abraça" a Marcha Mundial pela Paz



O InterDito aderiu oficialmente à Marcha Mundial pela Paz e a Não-Violência, associando-se no site oficial português.

Link para consultar a nossa "participação"

«Permitam-nos enviar uma pombra branca correio aos desaforos estratosféricos.
Permitam-nos que o abraço seja telúrico e que a consciência nos una pelo coração.
Permitam-nos levantar o bioco sofista e viajar além de paradigmas militares holográficos.
Permitam-nos acreditar. Permitam-nos participar. Permitam-nos ser.
Permitam-nos fazer parte desta Marcha.»
-Ricardo Agnes.

No dia 10 de Novembro, quando a Marcha chegar a coimbra, vai-se realizar um abraço colectivo na Praça da República pelas 19h. Vai ser um acontecimento publico e cívico que vai envolver, espera-se, muita gente. Contamos convosco lá!

13 de outubro de 2009

Dia Mundial do Teatro (27 de Março '09)

O Grupo de Expressão Dramática InterDito celebrou no passado dia 27 de Março de 2009 o seu primeiro Dia Mundial do Teatro.
O Colégio Novo vestiu-se a rigor e a Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra ganhou vida aqui e ali.
O Guardador de Rebanhos passeou-se pelos corredores da faculdade.
Os claustros tinham aquela cor do «luar quando bate na relva».
A inocência desfilou com chapéus-de-chuva e o sonho sacudiu o pó da estrada.
As bolas de sabão falaram através de um copo.
Um cheiro a «ruído e chocalhos» invadiu com mensagens as lapelas deste e daquele – e até pareciam post it’s.

Chegada do Inácio ao InterDito (9 de Outubro de '08)

De repente, folhas marcadas com a sugestão «Vem Conhecer o Inácio!!!» passam a ser o papel de parede da faculdade.
Na verdade, Inácio ressuscitou de uma vida que nunca tivera, quase que se tornou holográfico no final da tarde de 9 de Outubro de 2008, mas a sua tencionada epopeia redundou num delírio, numa «alucinação extraordinariamente nítida».
Aos pés dos membros do InterDito deixou cair duas ou três sinapses.
"Cabe, pois, a um teatro universitário dar o tom das ressurreições culturais, segundo os ventos mais actualizados da cultura; cabe-lhe, também, impor, com a sua autoridade, autores novos, julgando representativos, cujas peças podem até não ser, para nós, obras-primas, desde que essas peças pareçam significativas de tendências artísticas que, no teatro e pelo teatro, urge esclarecer. Tudo isto o teatro universitário pode fazer, com outros resultados teóricos e práticos que o teatro de amadores não atingirá nunca - porque o teatro de amadores abre-se da cultura para a vida, e um teatro universitário abre-se da vida para a cultura."

Jorge de Sena, "Do Teatro em Portugal", in "Obras de Jorge de Sena", Edições 70, 1988, Lisboa

“Alegrias profundas do vinho, quem não vos conheceu? Todo aquele que teve um remorso a acalmar, uma recordação a evocar, uma dor a afogar, um sonho a efectuar, toda a gente enfim vos invocou, deus misterioso escondido nas fibras da vinha. Como são grandes os espectáculos do vinho, iluminados pelo sol interior! Como é verdadeira e ardente essa segunda juventude que o homem a ele vai beber! Mas como são temíveis igualmente as suas volúpias fulminantes e os seus encantos enervantes. E, no entanto, dizei-me, como toda a consciência, juízes, legisladores, homens de sociedade, vós todos que a felicidade torna amáveis, a quem a fortuna torna a virtude e a saúde fáceis, dizei-me, qual de vós terá a coragem implacável de condenar o homem que bebe do génio? (…)
O vinho é semelhante ao homem: nunca se sabe a que ponto se pode estimá-lo e desprezá-lo, amá-lo ou odiá-lo, nem de quantas acções sublimes ou de proezas monstruosas ele é capaz.”
Charles Baudelaire, “Do Vinho e do Haxixe”, Colares Editora, Sintra

“Entretanto, nas sombras cinzentas, vultos indestintos, mudavam silenciosamente de posição, interpelavam-se silenciosamente uns aos outros, formavam filas, e já os seus muitos pés silenciosos marcavam passo como pistões, preparando-se para avançar. Por fim, o director puxou levemente Cincinnatus pela manga, convidando-o, como faria um professor com um leigo de passagem, a examinar a lamela. Docilmente Cincinnatus aplicou o olho contra o círculo luminoso. Ao principio viu apenas bolhas de luz solar e faixas de cor, mas depois distinguiu um catre, idêntico ao que tinha na sua cela; empilhadas ao lado estavam duas boas malas com fechaduras reluzentes e uma grande caixa oblonga semelhante aos estojos utilizados para transportar um trombone.”
Vladimir Nabokov, “Convite para uma decapitação”, Assírio & Alvim, 2005, Lisboa
Foi a primeira vez que vimos O Livro.
E foi assim que Inácio nos deixou, mesmo antes de ter chegado.

Gil Alon (Abril '08)


Actor, director de teatro, cantor. Mestre Zen.
Convidado pelas Nações Unidas para cantar no primeiro encontro anual “United Nations Holocaust Memorial Day”, em Bangkok.
Condecorado pelo International Film and Television Research Center - The Asian Academy of Film and Television, em Nova Deli.
Director artístico do festival “Theater in Slippers” em Tel-Aviv.
Vencedor do primeiro prémio no Arena International Theater Festival, na Alemanha, como director da peça “Interview” com a companhia de teatro The Left Bank.
Professor de dicção no Departamento de Teatro da Universidade de Tel-Aviv.
Entre muitas outras coisas, Gil Alon já dirigiu workshops de Criatividade na Alemanha, Índia, Tailândia, Japão, Coreia do Sul, Nepal, Filipinas, Austrália, Nova Zelândia, Ilhas Fiji, Bélgica, Cambodja, Portugal e Israel.
O Grupo de Expressão Dramática InterDito e a Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra orgulham-se desmesuradamente por serem uns dos privilegiados que já trabalharam com Gil.
Foi em Abril de 2008 que aconteceu um dos fins-de-semana mais importantes da história do nosso grupo.
Gil chegou. Esteve connosco dois dias. No fim do workshop todos tínhamos aprendido algo fundamental para o resto das nossas vidas: aprendemos a aceitar, aprendemos o Agora – aprendemos a Abraçar.
«- Enjoy!»
«- Don’t judge yourself. Let’s see what happens. »
Por muitas voltas que Gil dê ao mundo vai continuar a marcar presença semana após semana nos nossos ensaios, dia após dia nas nossas vidas.
Com o Gil fizemos um workshop de Criatividade. Com o Gil ganhámos um grupo.
Voámos. Fomos condenados a 99 anos de prisão. Abanámos o chão da faculdade com gargalhadas. Tornámos impossível oceanos em aquários. Fomos crianças de 3 anos. Dançámos a última festa das nossas vidas. Aprendemos o silêncio. Fomos. Estivemos. Abanámos efectivamente a nossa ‘caixinha’.
Gil Alon, obrigado por estares com pessoas diferentes todos os dias.

3 de outubro de 2009

A Marcha Mundial pela Paz e a Não-Violência





A Marcha Mundial pela Paz e a Não-Violência


A Marcha é um projecto completamente apartidário que ambiciona divulgar, expor, e denunciar «a perigosa situação mundial que nos está a levar para as guerras com armamento nuclear», dar voz «à maioria dos cidadãos do mundo que não estão a favor das guerras nem da corrida ao armamento», conseguir « o desaparecimento das armas nucleares, a redução progressiva e proporcional do armamento, a assinatura de tratados de não agressão entre países, a renúncia dos governos à utilização da guerra como meio de resolução de conflitos», «pôr em evidência as outras múltiplas formas de violência (económica, racial, sexual, religiosa», e «proporcionar aos que sofrem um canal para se fazerem escutar».


À sua passagem pelas cidades serão realizados todo o tipo de fóruns, encontros, festivais, conferências e eventos (desportivos, culturais, sociais, musicais, artísticos, educativos, etc) que irão sendo organizados conforme as iniciativas que surjam em cada lugar. Cabe a cada um de nós organizar o seu evento pela Marcha. Tudo o que a nossa imaginação permitir.


Interessa também convocar todos os meios de comunicação para que difundem esta volta ao mundo pela paz.


A Marcha vai atravessar 6 continentes, 90 países, 160.000 Km, ao longo de 90 dias, a começar na Nova Zelândia no dia 2 de Outubro de 2009, aniversário do nascimento de Gandhi e declarado pelas Nações Unidas «dia Internacional da Não-Violência», e acabará dia 2 de Janeiro de 2010 na Argentina.


A rota Galiza - Portugal: Finisterra – Lisboa terá inicio no dia 24 de Outubro de 2009 e percorrerá as cidades Santiago de Compostela, Corunha, Lugo, Ourense, Pontevedra, Vigo, chegando a Tuy no dia 1 de Novembro. Nesse dia acontecerá uma cerimónia conjunta na fronteira, na qual os portugueses receberão os testemunhos dos galegos, dando inicio ao percurso no território português. Em Portugal a Marcha vai passar em Valença do Minho, Viana do Castelo, Braga, Guimarães, Porto, Aveiro, Viseu, Coimbra, Leiria, Caldas da Rainha e Lisboa. Em simultâneo irá avançar o percurso sul: Évora, Setúbal e Lisboa. O ponto de encontro será em Lisboa no dia 12 de Novembro. A 14 de Novembro a rota Galiza – Portugal irá confluir com a rota da equipa permanente mundial, em Toledo, Espanha.


Todas as informações e esclarecimentos de dúvidas podem ser resolvidos em www.marchamundial.org ou em info.marchamundial@gmail.com .

Para consultar os caminhos que vão ser percorridos mundialmente e a marcha resumida em números basta ir aqui.

27 de setembro de 2009

Apresentação do grupo InterDito.

Para reunir todas e quaisquer apresentações necessárias para o grupo, segue o artigo escrito por Ricardo Agnes (membro do grupo) para a edição #25 da revista periódica da Universidade de Coimbra "Rua Larga":

Escrevo sobre deixar de ser alegórico.
Sobre ser um desabamento catastrófico.
Sobre ser um peregrino do espírito.
Incendiar a pólvora da palavra liberdade, e vivê-la a sério, nunca mais pensando nela. É cegar.
Ensurdecer. Silenciar.
É rasgar o corpo terrestre e persistente.
Esticá-lo. Agrafá-lo a uma rajada de vento e sentir o mimetismo
das órbitas onde o silêncio se cala.
Morrer antes da morte. Deixar a vida acontecer sem lhe dar um nome.
Ler este texto sem ele existir.
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Doídos. A diferença que pode fazer um assento quando de escaladas se trata! Pois nesse assalto que é a formação superior, a Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação (FPCE) da Universidade de Coimbra tem, ao dispor dos seus docentes, discentes e funcionários, uma base para a deformação pessoal – trata-se do Grupo de Expressão Dramática InterDito.

No início de 2007, um grupo de alunos e docentes encenou a formação de um grupo de teatro na faculdade. A perspectiva de explorar a relação entre a Psicologia, a Educação e a Intervenção Social concretizou-se no vector principal do projecto que conta já com um portfolio interessante. Com destaque para a participação nas X e XI Semana Cultural da Universidade de Coimbra, contando, nesta última, com a orientação e coordenação artística de Nicolau Antunes e com a colaboração da coreógrafa Amélia Bentes. O espectáculo Sentir Tudo de Todas as Maneiras, no qual o público é solicitado a contar uma história, aborda temas como a Psicologia Experimental e o mundo da senciência (ancorado em Fernando Pessoa), foi apresentado no passado dia 7 de Março na FPCE. “Será haurível o nome de sentir? Quanto me custa ser uma curva normal?” E porque “afinal, a melhor maneira de viajar é sentir”, a peça oferece uma viagem da normose até à loucura bendita, com um “hálito de música ou de sonho”.
A anterior edição da semana cultural marcou a estreia do InterDito, com o espectáculo Sr. Calvino integrado no fórum de discussão Em Busca da Ilha Desconhecida, do ciclo de actividades Planeta Terra com Gente Gira – Imaginação em Mo(vi)mentos, na FPCE.

Intrinsecamente, a nutrição fundamental do projecto InterDito é o alpinismo interior de cada um dos seus elementos. Assume-se (in)formalmente como um laboratório de autoconhecimento. Para essa deformação têm contribuído inúmeros workshops, entre os quais um de criatividade com Gil Alon, realizado em Abril de 2008, que marcou de forma decisiva a afirmação e o crescimento do grupo.
O grupo pretende apoiar o Centro de Prestação de Serviços à Comunidade da FPCE bem como os diferentes grupos de investigação. Para tal propõe-se dinamizar intervenções psicoeducativas, como já teve oportunidade de fazer através de sessões de estimulação sensorial com idosos. Tenciona igualmente participar em conferências, colóquios ou congressos, à luz do que aconteceu, por exemplo, a 6 de Março último, com a apresentação de “Cenas de Abuso a Idosos” no Malmequeres e Bem Me Queres - II Congresso de Psicogerontologia Clínica. Uma outra valência deste grupo é o enriquecimento pedagógico que coloca ao dispor de todos os docentes da faculdade, uma vez que se disponibiliza a realizar roleplays ou pequenas apresentações nas aulas. O grupo conta já com apresentações em algumas unidades curriculares onde trabalhou, por exemplo, o psicodrama.

Ainda imberbe, este é um projecto em desenvolvimento que espera ver-se talhado de acordo com as linhas mestras da estrutura interna da FPCE e da própria Universidade de Coimbra. Assim, tem vindo a desenvolver todos os esforços no sentido de concretizar a vitalidade que cria e atrai na realidade do percurso académico dos futuros estudantes da FPCE. A sustentação da inércia até agora criada dependerá de ventos favoráveis, porque não será por falta de solo fértil que este movimento será para sempre interdito. Com ou sem cárcere libertino os assentos vão aparecendo. Doídas querem-se as formações, se é que me entendem. Para já, o drama instalou-se na FPCE.


Será a liberdade assim tão grave?
Quanto me custa ser uma curva normal?
A quem pertence o zero absoluto da minha
autenticidade? É meu? É teu?
Sentir por mim, ou por eles?
Cara ou coroa? Cara sem coroa? Coroa muito cara?
Quanto me custa ser rei e não ter uma coroa?
Tão perto da média, tão longe da origem!
Quanto me custa não querer este sorriso?
Vão-se os anéis, ficam-se os dedos.
Quanto me custa gostar dos meus dedos?
Não estou à altura da moda mas tenho uma moda à altura.
Tão perto da origem, tão longe da média.
Quanto me custa ser uma curva normal?
Quantas sílabas tónicas terá uma
antologia breve de felicidade?
Se eu gostar muito de ti, será incesto desejar-te?
Variáveis, cada vez mais dependentes.
E variam tão pouco!
Será a liberdade assim tão grave?
Quanto me custa ser uma curva normal?
2

1. Texto introdutório à peça Sentir tudo de todas as maneiras, de Ricardo Agnes

2. Extracto da peça Sentir tudo de todas as maneiras

Peça Sentir Tudo de Todas as Maneiras

Reposição da peça de teatro do grupo InterDito "Sentir Tudo de Todas as Maneiras" integrada na altura académica da Queima das Fitas 2009 que contou com a estreia na XI Semana Cultural da Universidade de Coimbra com a orientação de Nicolau Antunes (encenador) e Amélia Bentes (coreógrafa), revelando ser um grande sucesso.

Cartaz da Peça

Ficha Técnica e Artística / Consentimento Informado

XI Semana Cultural da Universidade de Coimbra (2009)

XI Semana Cultural da Universidade de Coimbra que se realizou entre 28 de Fevereiro e 7 de Março de 2009 na qual foi integrada a estreia peça de teatro do grupo InterDito intitulada "Sentir Tudo de Todas as Maneiras", com a orientação de Nicolau Antunes (encenador) e Amélia Bentes (coreógrafa).

Site oficial da XI Semana Cultural da UC

II Congresso de Psicogerontologia Clínica - Malmequeres

Participação do grupo InterDito em mais um projecto, desta vez no II Congresso de Psicogerontologia Clínica intitulado "Malmequeres e bem me queres" que se realizou no dia 6 de Março de 2009 no Auditório da Unidade de Saúde de Coimbra.

X Semana Cultural da Universidade de Coimbra (2008)

X Semana Cultural da Universidade de Coimbra que se realizou entre 3 e 7 de Março de 2008 no qual o grupo InterDito participou.

Site oficial da X Semana Cultural da UC